Meu filho Miguel rejeita o meu
trabalho com a leitura como eu rejeitava o trabalho com costura da minha mãe.
Mas não vejo como desrespeito.
Percebo certa admiração, assim como ocorria (e ocorre) comigo quando vejo as
costuras da minha mãe (das quais não entendo nada...). É uma questão de
inabilidade ou de não afinidade.
A despeito disso, reconheço nos
olhos do meu filho o interesse pela minha produção. Curiosidade ao me enxergar
dedicada.
Talvez, pra entender um pouco
sobre o interesse provocado em mim.
Possivelmente, de modo
inconsciente, pra descobrir sobre mim e, nessa compreensão, entender também a
si mesmo.
No seu olhar diante dos meus
afazeres literários, nas suas perguntas pertinentes e curiosas, enxergo afeto.
E isso me toca (me afeta), pois consigo enxergá-lo melhor e, de algum modo,
revejo a mim mesma.
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