domingo, 8 de junho de 2014

E o Bem vence o Mal

Acabei de assistir Malévola. Amei! Lindo conto de fadas, trata-se de uma releitura de "A bela adormecida".
Um filme desses no século XXI se aproveita de todos os recursos tecnológicos existentes e nós, telespectadores, desfrutamos de um belo espetáculo de efeitos especiais, que tornam algumas cenas belíssimas. Na minha opinião, todas as que mostraram Malévola em pleno voo - fossem em momentos de tristeza ou de alegria - merecem esse adjetivo.
Felizmente, para além dos recursos cinematográficos - fotografia, maquiagem, figurino, apenas para destacar o que me chamou a atenção no filme -, há a boa interpretação. Humor das pequenas fadas atrapalhadas, pureza no olhar e no sorriso da jovem princesa e, principalmente, mais uma brilhante atuação de Angelina Jolie, como Malévola. Seu olhar e seu sorriso foram ingênuos, sarcásticos, maldosos e amorosos, conforme o momento.
E aí reside, para mim, uma grande lição do filme, que é bastante emblemática nos tempos contemporâneos: Malévola não é boa OU má. A personagem É boa E má, reagindo aos fatos e aos sentimentos que eles lhe provocam, sendo capaz de amar e de odiar a quem amou, a desprezar esse amor e a descobrir um outro, de modo diferente.
Muito interessante que o príncipe não tenha salvado a princesa. Para mim, significa que não podemos colocar todas as nossas fichas no amor romântico. Às vezes, ele não dá mesmo conta de nos ajudar a vencer às dificuldades da vida. É preciso mais: o amor tem de ter seu encantamento, sim, mas uma relação se constrói no dia a dia e a amizade é fundamental para que ele se mantenha firme e seja vitorioso sobre os obstáculos da vida.
Interessante, também, que a princesa tenha ido, conscientemente, ao encontro do que lhe causaria mal. Não foi um acaso. Corajosamente, ela fez uma escolha, sabendo que as consequências poderiam ser ruins. Mas, talvez, esperançosa de que houvesse a "luz no fim do túnel". De um certo modo, um ato de fé.
Sim, o Bem vence o Mal no filme, como em todo bom conto de fadas, pois esse é o fator que torna o conto de fadas psicologicamente significativo para todos, e especialmente para as crianças que estão em pleno desenvolvimento: a possibilidade de se refletir sobre o que é importante na vida, sobre as escolhas e sobre escolher o melhor. Fazer o Bem; ser do Bem.

Mas, acima de qualquer ação externa, essa vitória é interna. Bem e Mal estavam dentro de Malévola e foi em seu interior que a luta principal foi travada.
E lá no final estava o Amor, aguardando para ser descoberto, calma e persistentemente.
Meu filho mais novo, já acostumado às mensagens maniqueístas da maioria das histórias, me disse: "Mamãe, só não entendi uma coisa: o ferro machucava a fada, mas teve uma hora que ela se transformou em bruxa e mesmo assim o ferro machucava ela."  Tive de esclarecer sobre o filme, pensando o que será que ele ficará pensando sobre a vida: "Não, filho, ela era fada todo o tempo. Nunca foi bruxa. Foi fada mesmo quando foi má."
Quase sempre, é isso que é a vida!...

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