terça-feira, 20 de setembro de 2011

Nosso lixo de cada dia


Estou terminando o texto “A cultura do lixo”, de Baumann, do livro “Vidas desperdiçadas”.
Para o autor, “lixo” não é somente aquilo que jogamos nas lixeiras de nossas casas. Lixo é tudo o que desperdiçamos, desprezamos, tudo de que nos desfazemos. Numa cultura do lixo, pode-se incluir aí também os relacionamentos, os empregos, os desejos.
A reflexão do sociólogo é, por vezes, chocante. Vivemos a rapidez do mundo e a descartabilidade de tudo, mas, sem sempre, pensamos sobre isso com a clareza que ele propõe.
Um pouco mais de tempo debruçados sobre situações cotidianas, porém, nos revela essa cultura de uma forma curiosamente real. É o novo mais novo celular, o novo mais novo tablet, o novo mais novo softwear, e o novo e o novo e o novo. A novidade é necessária (?). Obviamente, não há lugar para o velho e o novo juntos e o antigo precisa ser descartado, a despeito de sua eficiência ou não.
Baumann diz: "A rejeição do novo é de mau gosto (...) e perigosa é a lealdade ao antigo. (...) O 'novo' tende a ficar 'velho', a ser alcançado e ultrapassado, instantaneamente."  Isso explica muito do comportamento dos meus jovens alunos. E me instiga mais a descobrir um caminho que possa equilibrar a recepção do novo com a permanência do antigo. 

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