domingo, 18 de abril de 2021

Dia Nacional do Livro Infantil – 2021 e a busca pela valorização dos livros

 No Dia Nacional do Livro Infantil, no ano de 2021, fiquei pensando sobre muitas questões que ainda afetam a promoção da leitura literária no Brasil. Falo sobre meu país, pois é onde nasci, cresci, me formei, onde atuo profissional e continuo estudando. E a questão da literatura – e da leitura – me é muito importante. Aqui, nesta data celebrativa, temos sobre nós o pavor de um governo que deseja taxar livros... com uma nação que ainda precisa muito de incentivo, estímulo e efetivas públicas de valorização da leitura, da literatura, dos escritores e dos professores – esses tão importantes no papel de promover a leitura.

Fiz um vídeo brevíssimo, cujo link compartilho ao final deste texto, em que provoco pais, mães e demais familiares, assim como os professores a olharem para o lado e atentarem para a criança que têm por perto e lhes oferecer livros. Mais do que isso, pois não se trata de um simples incentivo ao consumismo desse objeto: a provocação é sobre ler para a criança e sobre ler para a criança; é sobre ter livros em casa e sobre não deixá-los empoeirados nas estantes; é sobre visitar bibliotecas a aprender a reivindicar mais espaços desses que verdadeiramente democratização a leitura, pois permitem o acesso a livros a quem não pode adquiri-los; é sobre visitar livrarias e prestigiar o comércio local e sobre olhar livros e saber escolhê-los; é sobre não usar como desculpas o preço de um livro e realmente estabelecer prioridades quanto às compras; é sobre enxergar como trabalhadores os bibliotecários, livreiros, escritores, ilustradores, editores e toda a enorme cadeia em torno do livro; é sobre a experiência estética e sinestésica que o objeto livro possibilita e que já jamais será alcançada por um documento em PDF (que, reunidos, formam a falsa “biblioteca virtual”); é sobre assistir a programas de promoção de leitura e participar de projetos literários.

É um vídeo curto, muito curto. São apenas algumas breves provocações. Eu desejo, no entanto, que sejam tão provocativas que gerem transformação.

Que às crianças seja oferecido o direito à leitura e à literatura e o acesso a livros. E que elas se tornem adultos que saibam fazer escolhas éticas, que tenham sua sensibilidade despertada, capazes de lidar com as próprias emoções e agir com ética e afeto e que possam atuar como cidadãos que busquem uma humanidade cada vez mais desenvolvida em prol da coletividade.

É muito? Sim. Utópico, talvez. Mas se a utopia serve para nos fazer caminhar, continuo na estrada, esperançando.

Nova Friburgo, 18 de abril de 2021

Márcia Lobosco



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