sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pós-modernidade: o que é isso?

Há dez anos, realizando uma das minhas atividades favoritas, bem acompanhada do meu amado, comprei, numa livraria no Rio de Janeiro, um livro chamado "Pós-modernidade".
O título me chamou a atenção, embora, para mim, o assunto fosse ainda muito incipiente - e não exatamente interessante naquele momento, eu diria. Mas me provocou curiosidade suficiente para adquiri-lo.
Folheei-o alguns vezes, mas nunca li nada dele. Tratava-se apenas, hoje eu entendo, de uma intuição de leitora: um dia ele me seria útil.

Acho que esse dia chegou. Não apenas por estar cursando uma pós que traz em seu nome algo semelhante - "Educação e Contemporaneidade" -, mas, principalmente, por estar sentindo, tantos anos depois, a urgência de compreender sobre o que seria isso.
Num dos artigos do livro, assinado por Nicolau Sevcenko, aparece a seguinte reflexão:

"Pós-moderno, como está evidente, é um conceito que supõe uma reflexão sobre o tempo, antes de mais nada. Segue-se a pergunta inevitável, a que tempo se refere então? Não a um tempo homogêneo, linear, em que se pudesse estabelecer um recorte e fixar uma data decisiva, um ato inaugural, como se poderia esperar da visão simplista da história na qual somos zelosamente educados. Não se pode definir um início preciso e embora se prenuncie e se deseje uma superação, ela não é nunca, infelizmente, o fim. Trata-se antes de uma atitude nascida do espanto, do desencanto, da amargura aflitiva, que procura se reconstruir em seguida como uma alternativa parcial, desprendida do sonho de arrogância, de unidade e poder, de cujo naufrágio participou, mas decidiu salvar-se a tempo, levando consigo o que pode resgatar da esperança." (p. 45)


Esse trecho me chamou muito a atenção, apesar de o autor usar a não definição ao tentar definir. E ao ler o texto de BAUMANN, "Sobre a vida num mundo líquido-moderno", percebi que estamos todos, de alguma forma, angustiados/preocupados/incomodados/despertados pelas mesmas inquietações, que poderiam ser resumidas na seguinte pergunta: que tempos são esses?


Tomara que a busca por aprender nos leve a construir novos conhecimentos que nos façam enxergar caminhos. Que a esperança seja, sempre, resgatada nessa caminhada!

Márcia Lobosco

Fontes:
BAUMANN, Z. Vida líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de (et al.) Pós-modernidade. Campinas: Unicamp, 1995

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