domingo, 21 de fevereiro de 2021

Saberes e sabores



 Saberes e sabores 


Na minha infância, sempre estive por perto das vivências culinárias da minha casa. Desde ir à feira e experimentar as cores, cheiros e sons daquele ambiente; passando pela companhia na produção de bolos, saladas de frutas e cocadas dos finais de semana, com participação de pai e mãe. 
Adolescente, assumi minhas tarefas domésticas e havia os momentos das compras e os do fogão. 
Quando fui morar sozinha, o forno micro-ondas foi meu parceiro de aventuras gastronômicas. Comecei a fazer meu caderno de receitas e a curtir preparar os pratos pra receber o namorado e os amigos. 
Casada, encarei o fogão. Testei receitas e aprendi a dar atenção à arrumação da mesa. Delícias não somente para o paladar, mas também para a audição e a visão. 
Com os filhos pequenos, quis reproduzir minhas lembranças de infância. Como foi bom! Uma pequena bagunça e muita conversa e aprendizado em tardes de finais de semana encantados. 

Hoje, e já há algum tempo, a culinária vem tomando um espaço de escrita na minha vida. Tem leitura: das receitas, das combinações de ingredientes, dos tempos, das cores, dos cheiros, das texturas. Tem produção: de gostos, de imagens, de textos servidos com amor e toda minha expressão e criatividade. 

Os livros estão presentes, como estava aquela linda coleção que ficava na estante da minha mãe e que eu adorava folhear. Estou na fase Rita Lobo, conhecendo seus canais de divulgação e, claro, lendo suas obras que são um convite à reflexão, com inteligência e beleza. 

Nas férias, comecei uma pequena hortinha de temperos na jardineira da minha cozinha. Mais um passo nesse universo de sabores e saberes. 

É o cozinhar de todo dia - que cansa às vezes. Mas até mesmo essa rotina vai ganhando outros ares menos enfadonhos. Em algumas momentos, ter de ir pra cozinha significa um tempo para realizar tarefas completamente diferentes dos meus afazeres profissionais. E isso me acalma. E, de algum modo, me inspira,  com os pensamentos em ebulição que vão, aos poucos, se arrumando. 
E é o cozinhar-presente. O texto que ponho à mesa a familiares e amigos como uma parte de mim. 
Tem sido muito bom!

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